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quinta-feira, junho 24, 2004
Mais do que uma sala de cinema, eu encontrei neste ponto escondido de Astoria, NY, um museu sobre a imagem. O American Museum of Moving Image (AMMI), que fica entre a Avenida 35 e a Rua 36, é dedicado à arte, história, técnicas e tecnologias do cinema, televisão e mídia digital. A filosofia do local é manter a maior coleção permanente de artefatos relacionados à imagem em movimento do país, oferecendo ao público exibições, seminários e programas educacionais.
O museu prendeu minha atenção quando estava à procura de exibições de filmes estrangeiros em teatros alternativos da cidade de Nova York. O “World Cinema” (Cinema Mundial)é uma mostra de novos filmes do cinema mundial, com programação para um audiência diversa que ocorre todas as sextas-feiras no Teatro Riklis. Os filmes vêm do circuito internacional de festivais de cinema e, geralmente, não são exibidos nos EUA. A programação atual traz organições como o Cinema Tropical, Cinema India! e Fist and Sword: Classic Martial Arts Films.
O grupo Cinema Tropical é uma importante fonte de filmes latino-americanos em NY, um projeto organizado por instituições e indivíduos que trabalham na promoção do cinema da América-Latina, fundado por Carlos Gutierrez e Monika Wagenberg. Grandes filmes, tanto comerciais quanto independentes, que não serão mostrados no circuito teatral regular norte-americano, são mostrados no AMMI, como Taxi Para Três (Cab for Three) do chileno Orlando Lübbert e Un Oso Rojo (A Red Bear) do argentino Israel Adrián Caetano.
Os filmes de artes-marciais são o gênero cinemático mais popular no mundo, segundo o AMMI. Havia, pelo menos, meia dúxia de teatros na cidade de Nova York especializados na exibição destes filmes: Alas, Music Place, Sun Sing, Pagoda, Rosemary, Canal Cinema e Bijou, que acabaram fechando suas portas. O AMMI procurou trazer esta arte novamente às telas grandes da cidade. A evolução dos filmes de artes-marciais está presente na exibição Fist and Sword: Classic Martial-Arts Films. Mensalmente a organização trás títulos da China, Japão e Corea.
O projeto Cinema India! promove e exibe filmes indianos contemporâneos nos Estados Unidos, oferecendo uma eclética seleção de títulos como Anything Can Happen (Waisa Bhi Hota Hai) de Shashanka Ghosh e The Lady of The House (Bariwali) de Rituparno Ghosh.
Além da vasta seleção de títulos o teatro mantém a exibição de exposições como “Behind the Screen” (Atrás da Tela), que mostra os diversos processos que envolvem produção, marketing e exibição de imagens em movimento. O museu possui mais de 1.000 artefatos de televisão e cinema, materias audio-visuais, peças de equipamentos profissionais e oferece experiências interativas em computadores. Em uma sala azul escuro são mantidos equipamentos utilizazados em sets the filmagens, assim como peças e fotos que revelam os trabalhos de diretores e produção.
A parte da mostra chamada “The Illusion of Motion” (A Ilusão do Movimento) tem o propósito o esclarecimento idéia de sucessão de imagens fixas que produzem a o movimento. Existe milhares de pinturas, desenhos, quadrinhos, fotografias, slides e filmes utilizados no processo de animação, incluindo a mais nova tecnologia em aparelhos fundamentais para produção de desenhos animados na atualidade.
Os equipamentos de gravação presentes no AMMI aparecem acompanhados de um televisor que mostra um vídeo explicativo sobre sua função e em que época foi utlizado pela indústria cinematográfica mundial, tal vídeo pode ser controlado pelo visitante. A primeira câmera filmadora utilizada no cinema profissional dos EUA está lá.
O museu tem também, em sua vasta coleção, artefatos de cada estágio da produção, promoção e exibição de filmes e programas televisivos, assim como uma excepcional coleção de aparelhos de TV, fotografias raras e jogos de computadores e vídeo games que incluem câmeras, modelos, vestimentas, fantasias, e cenários de antigas produções.
Atualmente uma exposição com os desenhos do cineasta Tim Burton (diretor de Peixe Grande) está ocorrendo no museu. Cerca de 27 desenhos e rascunhos de 12 filmes dirigidos por Tim Burton, entre eles, Batman, Eduardo Mãos de Tesoura e Peixe Grande estão presentes no local.
Na saída do prédio fica a loja do AMMI que contém diversos livros de fotografia, televisão e cinema, produção, direção e bibiogragfias, assim como máquinas fotográficas do tipo Lomographic, kits de desenho, de animação e centenas de outros artigos relacionados à imagem.
O Museu também oferece programas educacionais para escolas e professores, tours e exibições especiais para grupos.
Publicado em 11 de Junho no Imprensa Marrom.
por: Mary Jane
8:45 PM
Premiere Brazil!
O MoMA – Museum of Modern Art de Nova York exibe entre 23 e 29 de Junho, o Premiere Brazil!. Festival de cinema brasileiro que conta com 11 filmes – documentários e obras de ficção de diretores brasileiros da atualidade, assim como uma homenagem à obra de Anselmo Duarte, “O Pagador de Promessas”, de 1962.
Serão apresentados no teatro Film Forum, estréias mundiais como: “Filhas do Vento” - (Daughters of the Wind), de Joel Zito Araújo e “A Pessoa é para o que Nasce” - (Born to be Blin), de Roberto Berliner. Em “Filhas do Vento”, Araújo faz uso do maior elenco de atores negros já visto no Brasil para contar uma complexa história sobre a vida de mulheres entre as décadas de 60 e 70, segundo o diretor, é a tentativa de uma releitura da questão racial no Brasil. “Acho que estrear lá fora imprime um senso de qualidade ao filme,” diz Araújo. “A Pessoa é para o que Nasce” é um documentário sobre três irmãs cegas que vivem cantando nas ruas de Campina Grande (PB). Berliner acompanhou a vida das irmãs por 10 anos e mostra os altos de baixos, desde a realidade mundana até uma apresentação diante à uma platéria de mais de 3.000 pessoas, sendo apresentadas no palco por Gilberto Gil.
O Premiere Brazil! deste ano também conta com “Fala Tu” - (Lives of Rhyme), de Guilherme Coelho. Um documentário sobre a vida de três músicos amadores do Rio de Janeiro que vivem nas favelas da cidade, o que lhes dá inspiração para escreverem raps sobre suas estórias; “Glauber O Filme, Labirinto do Brasil” - (Glauber The Movie, Labyrinth of Brazil), de Silvio Tendler, conta a vida do diretor, jornalista e crítico Glauber Rocha, que morreu aos 42 anos e contribuiu fortemente para o cinema nacional brasileiro.
Entres os filmes exibidos estão os inéditos nos EUA: “O Prisioneiro da Grade de Ferro (auto-retratos)” - (The Prisoner of the Iron Bars [Self-Portraits]), de Paulo Sacramento sobre o sistema penitenciário brasileiro; “Narradores De Javé” - (The Story Tellers), dirigido por Eliane Caffé; "Onde Anda Você" - (Where Have You Been), de Sérgio Rezende e "Deus é Brasileiro" - (God is Brazilian), de Cacá Diegues.
Dois curta-metragens serão apresentados: “Um Caffé com Miécio” - (A Caffé with Miécio), de Carlos Adriano, com trilha sonora de Caetano Veloso e “Quimera”, dirigido por Eryk Rocha e Tunga.
O programação será completada pelo clássico “O Pagador de Promessas” - (The Given Word), de Anselmo Duarte, de 1962. Filme vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes.
O festival é organizado por Jytte Jensen, curadora do Departmento de Filme e Mídia do Museu de Arte Moderna de Nova York e Ilda Santiago, diretora do Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro. O festival conta também com a colaboração do Festival de Cinema Brasileiro de Miami.
O festival, que tomou lugar no Grammercy Teather no ano passado, ocorre este ano no Film Forum, um dos espaços temporários colocados à disposição do MoMA para exibição de filmes antes de sua reabertura, em 20 de Novembro.
MoMA Film Forum - 209 West Houston Street, NYC.
Post publicado originalmente no Imprensa Marrom em 24 de Junho de 2004
por: Mary Jane
8:43 PM
We have the ability and the responsability to change the world.
Foi com esta frase que Maddona justificou porque cantaria “Imagine”, de John Lennon. No telão, imagens de crianças atingidas por bombas, pessoas machucadas no Iraque, tropas e civis lutando, e isqueiros acesos por todo estádio do Madison Square Gardem. O Re-Invention Tour, show mais político de Madonna iniciou uma rodada de seis apresentações em Nova York ontem, 16 de Junho.
Em “American Life”, a quarta música a ser executada e ponto alto do show, modelos desfilam freiras, rabinos, árabes, e até uma moça com burka passeia pelo palco-passarela acoplado ao placo principal. Madonna e seus dançarinos vestidos como soldados simulam luta. Ao fundo, imagens da guerra são mostradas no telão principal, no canto direito do palco, uma cela/jaula com um dançarino se debatendo nas grades. A cantora terminou a música com todos fazendo sinal de paz e com uma montagem de George W. Bush e Sadan Hussein abraçados.
A repressão à América continua em “Express Yourself” - animações que representam soldados e guerra continuavam no telão ; “Hollywood” – um circo é montado, com um half the skate no meio do tablado; “Material Girl” – imagens da Times Square, Bolsa de Valores de NYC e um super-mercado.
A inspiração vinda da religião está presente em boa parte do show, cenas de Jesus cruscificado, do alfabeto Hebreu e a camiseta dizendo “Kabbalists Do It Better” – que os fãs responderam com um cartaz dizendo “Madonna Do It Better”.
O repertório do show contou ainda com Bedtime Story, Skin, Justify My Love,Die Another Day (versão tango), Like a Prayer, Papa Don't Preach, Into the Groove, Live to Tell, Vogue e Crazy for You (essa em versão acústica), e Music.
Ao contrário do que foi noticiado na abertura do tour em Los Angeles, em 25 de Maio, não houve NENHUMA cena de erotismo.O Show foi encerrado com a execussão de “Hollyday”.
Michael Moore na platéia
Minutos antes de o show começar o pessoal que estava de frente para o palco começou a gritar no maior alvoroço. Michael Moore estava se ajeitando na terceira fileira. Muitas pessoas aplaudiram muito.
No meio da apresentação Madonna expicou que tinha tido o prazer de assistir o filme Farenheit 9/11, obra de Moore, e que foi o filme no qual ela mais chorou em toda sua vida. “O filme de Moore prova que uma pessoa faz a diferença,” disse a cantora.
Ela elogiou o trabalho de Moore e convidou a todos para assistir o filme, que abre em circuito nacional americano na próxima sexta-feira, dia 25 de Junho, distibuído pela Lions Gate Films e IFC Films. Você pode conferir trailer do filme aqui.
Publicado no Imprensa Marrom originalmente em 17 de Junho de 2004.
por: Mary Jane
8:42 PM
terça-feira, junho 08, 2004
Nesta última segunda-feira, 23 de Maio, o presidente George W. Bush fez um discurso em que pediu mais “tempo, paciência, recursos e suporte para a transformação no Iraque”. A estratégia de ir em público neste momento não foi para responder às dúvidas referentes ao conflito que se estende por 14 meses no Oriente Médio e sim, para assegurar suporte para a sua campanha de reeleição. Não só o índice de apoio ao confronto no Iraque é o menor desde Março de 2003, como Bush enfrenta hoje a mais baixa aceitação por parte da população americana desde que assumiu o cargo.
Resultado da pesquisa feita pelo jornal Washington Post junto com a rede ABC NEWS.
Apesar do apelo, o presidente não respondeu a nenhuma das perguntas fundamentais em relacão ao conflito, tais como, qual será o custo total para os EUA nesta operação e até que data as tropas americanas permanecerão no Iraque, ou forneceu qualquer explicação para os acontecimentos violentos das últimas semanas – o assassinato do presidente do Conselho Governamental Iraquiano e o avião que matou dúzias de pessoas em um casamento na cidade de Makr al-Deeb.
O discurso não passou de uma afirmação da política de reconstrução do apoio público de Bush. Em relação à divulgação das fotos de tortura de prisioneiros iraquianos na prisão de Abu Ghraib o presidente norte-americano se retratou e anunciou os novos planos para o local.
“Sob o regime do ditator, prisões como Abu Ghraib eram símbolos de morte e tortura. Aquela mesma prisão se tornou símbolo de uma conduta desgraçada por parte de poucas tropas americanas que desonraram nosso país e negaram nossos valores. (...) Nós vamos demolir a prisão de Abu Ghraib como símbolo do novo começo do Iraque.” Afirmou o presidente no US Army War College, em Carlisle, PA.
Durante os 33 minutos do discurso, Bush não esclareceu detalhes a respeito de quem são as pessoas indicadas para tomar o poder no Iraque ou quais serão os novos passos da ocupação militar americana no país. O presidente chamou atenção para elementos de transição de governo, já conhecidos pela população anteriormente.
O discurso foi complementado pelo comunicado das Nações Unidas, divulgado também na segunda-feira. A proposta do Conselho de Segurança da ONU não divulgou detalhes da transição de governo no Iraque, que deverá acontecer em 20 de Junho, apenas que a operação será comandada pela força americana e seus aliados. Entretanto não foi informado qual será o poder que este novo governo terá na segurança do país.
“Temos um plano de cinco passos para ajudar o Iraque a atingir a democracia e a liberdade,” disse Bush. “Nós vamos passar a autoridade para um governante Iraquiano, ajudar a estabelecer a segurança, continuar a construir a insfraestrutura iraquiana, encorajar maior suporte internacional e agir para que uma eleição nacional seja promovida, afim de encaminhar futuros novos líderes apoiados pelo povo iraquiano.”
A intenção do presidente com o discurso foi desviar a atenção dos ataques violentos que continuam ocorrendo no Iraque e contextualizar a situação, chamando atenção para o tema “terrorismo”. “Esta seria uma bomba decisiva no coração do poder do terrorismo, uma vitória para a segurança da América e de um mundo mais civilizado,” disse Bush. “Nós perceveremos e derrotaremos este inimigo, transformando este chão em símbolo de liberdade.”
Assim, o discurso que deveria conquistar a opinião pública, pode ter efeito contrário. Todas as perguntas que ficaram sem respostas e explicações que deixaram de ser dadas podem ser artigo de críticas ao governo de Bush.
O candidato do partido democrata à presidência dos EUA, John Kerry, se pronunciou sobre o discurso de Bush dizendo que o presidente apenas repetiu pontos que já haviam sido divulgados pelo governo anteriormente. Kerry insistiu que o que Bush necessita neste momento é fazer alianças com os outros países, “assim os EUA não estariam sozinhos nestas tarefas. É o que as nossas tropas e o mundo precisam agora.”
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Bush joga com a opinião pública, subestimando-a. Vai à Tv para repetir o que todos de seu governo já tinham dito, como um eco. Tapa os ouvidos para perguntas sérias, e acha que agindo desta forma, a população vai se aliar a ele. Felizmente hoje, mais de 50% do país enxerga que este homem não é um governante decente para seu país.
Texto originalmente publicado em 26 de Maio no site Imprensa Marrom
por: Mary Jane
6:06 PM
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