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domingo, agosto 28, 2005
Weezer - Buddy Holly Video Provided By FreeCodeSource.com
por: Mary Jane
8:28 PM
Jet - Look What Youve Done Video Provided By FreeCodeSource.com
por: Mary Jane
8:23 PM
Incubus - Talk Show On Mute Video Provided By FreeCodeSource.com
por: Mary Jane
8:22 PM
Interpol - Slow Hands Video Provided By FreeCodeSource.com
por: Mary Jane
8:21 PM
quinta-feira, julho 01, 2004
Fahrenheit 9/11
Na porta do cinema da 42nd Street em Nova York, havia uma pessoa vestida de bata preta longa, capuz preto cobrindo a cabeça, de pé em cima de uma caixa de madeira, com os braços abertos e com fios ligados às duas mãos, representando os prisioneiros de guerra torturados no Iraque. Ao seu lado, uma garota carregava uma grande placa dizendo: “Este é o trabalho do nosso governo: matar centenas de milhares de pessoas em um país estrangeiro.”
Na data de estréia de Spiderman II nos EUA, o filme que tinha os ingressos esgotados era Fahrenheit 9/11, o último documentário de Michael Moore – vencedor do Oscar de Melhor Documentário por “Bowlling for Columbine”.
A fila realmente era o que se mostra no site do diretor, o que, para um cinema com 25 salas, o fato é notável. O filme que bateu o recorde de bilheterias americanas na categoria documentário, U$21,8 milhões no final de semana de estréia.
O filme que teve publicidade mais do que suficiente por causa do episódio Disney/Miramax vetando a distribuição do mesmo na última hora, somado ao sucesso de Cannes - Vencedor da Palma de Ouro por melhor Documentário e a iniciativa da Lions Gate Films e IFC Films de distribuir o filme no maior número de salas possível na américa do norte, quebrando assim, outro recorde.
A sequência de imagens que se dá por mais de duas horas é fascinante, ensina, esclarece e choca ao mesmo tempo. As primeiras cenas seriam umas das mais importantes fora dos EUA, pois desmitificam o fato de Bush ter ganho a eleição. Michael Moore chama as horas durante as quais Al Gore foi declarado presidente dos EUA de “um sonho”, mas não é preciso se esforçar demais para ridicularizar George W. Bush, o próprio já o faz em diversas situações.
O título do filme remete à obra de François Truffaut, “Farenheit 451”, onde em um futuro próximo a ditadura que governa o país manda queimar livros que vão contra os interesses do ditador. Na atualidade, Bush aparece dizendo que “se isso fosse uma ditadura, tudo seria mais fácil”.
Michael Moore prova a relação de Bush com sauditas e membros da família Bin Laden, a grande quantidade de dinheiro investida nas empresas do presidente e a ligação com o colega do exército James R. Bath, que administra parte da fortuna dos Bin Laden na América, investindo em ações das companhias de Bush, estão em um documento que aparece no filme que comprova uma relação de longa data e se intensifica com a proteção que Bush teria dado a cerca de 24 membros da família Bin Laden e seus parentes, quando, após 11 de setembro, com todos os voos internacionais e grande parte dos voos nacionais cancelados, uma autorização para fretamento de dezenas de aviões é assinada pelo presidente, afim de tirar os Bin Laden dos EUA, por risco de atentado contra os mesmos.
Com narração bem humorada, uso de gráficos, desenhos animados, legendas e músicas, além de imagens de telejornais americanos e de cinegrafistas independentes que estiveram presentes no Iraque, o filme conta a história da farsa na qual a américa vive. Pobreza e riqueza, mentiras e omissão de informação, falta de educação.
O documentário de Moore traz, pela primeira vez aos olhos de muitos americanos, imagens de civis atingidos durante a guerra, soldados desiludidos e outros debochando dos árabes e dizendo: “Eu odeio este país”, todos jovens. Também a explicação do porquê os jovens procuram o exército, em um país onde a taxa de desemprego chegou a 17% no interior. O exército é uma das únicas saídas. Como famílias pobres não podem pagar as caríssimas faculdades americanas, seus filhos alistam-se no exército e o curso é pago pelo governo.
Michael Moore acertou a mão em não bater na tecla das torturas, já que este tema foi muito explorado nos noticiários locais. Apenas uma imagem remete a este fato, quando soldados colocam capuzes nas cabeças de prisioneiros e posam para fotos como se tivessem mostrando uma conquista. O comportamento desses soldados é “justificado” com a idéia de que atos imorais, geram atos imorais. Moore agumenta com os dados sobre corte nas verbas destinadas à assitência de soldados e aposentadoria de veteranos de guerra, assim como nos seguros de saúde e tratamentos médicos dos mesmos.
Neste filme, diferente do que ocorre em “Bowling for Colimbine”, o diretor está menos à frente das câmeras e interagindo com as pessoas. Entretanto faz duas aparições marcantes, quando conversa com a Assistente Social, que nasceu na mesma cidade que Moore, Flint, Michigan, e que matém uma postura patrióca e de apoio a guerra. Mais tarde, esta mesma mulher lê, sob lágrimas, a última carta do seu filho morto durante a guerra. Michael Moore aparece também quando pára na Pennsylvania Avenue, Washington-D.C., de frente para a Casa Branca, tentando, em vão, recrutar filhos de congressitas americanos para a guerra. Apenas um deputado teve seu filho enviado ao Iraque.
O filme não traz muitas novidades aos mais bem informados e principalmente àqueles que tem acesso à mídia estrangeira. Mas, o cidadão médio americano, NUNCA viu imagens de guerra, nunca viu corpos, quanto mais de crianças atingidas durante conflitos, ou o desespero de pais que perderam filhos e/ou parentes na guerra.
O opinião pública foi manipulada pela mídia, que esconde as imagens da guerra e mostra gráficos de alerta laranja/vermelho mesmo após quase três anos depois das Torres Gêmeas terem sido atacadas, contruindo assim, apoio ao governo de Bush, o governo do medo.
Apesar do documentário ser longo, é fácil de ser assistido. Bem humorado, intercala momentos com imagens de peso e charges, músicas e piadas. O filme será uma poderosa arma de propaganda nas eleições que ocorrerão em Novembro.
por: Mary Jane
7:57 PM
quinta-feira, junho 24, 2004
Mais do que uma sala de cinema, eu encontrei neste ponto escondido de Astoria, NY, um museu sobre a imagem. O American Museum of Moving Image (AMMI), que fica entre a Avenida 35 e a Rua 36, é dedicado à arte, história, técnicas e tecnologias do cinema, televisão e mídia digital. A filosofia do local é manter a maior coleção permanente de artefatos relacionados à imagem em movimento do país, oferecendo ao público exibições, seminários e programas educacionais.
O museu prendeu minha atenção quando estava à procura de exibições de filmes estrangeiros em teatros alternativos da cidade de Nova York. O “World Cinema” (Cinema Mundial)é uma mostra de novos filmes do cinema mundial, com programação para um audiência diversa que ocorre todas as sextas-feiras no Teatro Riklis. Os filmes vêm do circuito internacional de festivais de cinema e, geralmente, não são exibidos nos EUA. A programação atual traz organições como o Cinema Tropical, Cinema India! e Fist and Sword: Classic Martial Arts Films.
O grupo Cinema Tropical é uma importante fonte de filmes latino-americanos em NY, um projeto organizado por instituições e indivíduos que trabalham na promoção do cinema da América-Latina, fundado por Carlos Gutierrez e Monika Wagenberg. Grandes filmes, tanto comerciais quanto independentes, que não serão mostrados no circuito teatral regular norte-americano, são mostrados no AMMI, como Taxi Para Três (Cab for Three) do chileno Orlando Lübbert e Un Oso Rojo (A Red Bear) do argentino Israel Adrián Caetano.
Os filmes de artes-marciais são o gênero cinemático mais popular no mundo, segundo o AMMI. Havia, pelo menos, meia dúxia de teatros na cidade de Nova York especializados na exibição destes filmes: Alas, Music Place, Sun Sing, Pagoda, Rosemary, Canal Cinema e Bijou, que acabaram fechando suas portas. O AMMI procurou trazer esta arte novamente às telas grandes da cidade. A evolução dos filmes de artes-marciais está presente na exibição Fist and Sword: Classic Martial-Arts Films. Mensalmente a organização trás títulos da China, Japão e Corea.
O projeto Cinema India! promove e exibe filmes indianos contemporâneos nos Estados Unidos, oferecendo uma eclética seleção de títulos como Anything Can Happen (Waisa Bhi Hota Hai) de Shashanka Ghosh e The Lady of The House (Bariwali) de Rituparno Ghosh.
Além da vasta seleção de títulos o teatro mantém a exibição de exposições como “Behind the Screen” (Atrás da Tela), que mostra os diversos processos que envolvem produção, marketing e exibição de imagens em movimento. O museu possui mais de 1.000 artefatos de televisão e cinema, materias audio-visuais, peças de equipamentos profissionais e oferece experiências interativas em computadores. Em uma sala azul escuro são mantidos equipamentos utilizazados em sets the filmagens, assim como peças e fotos que revelam os trabalhos de diretores e produção.
A parte da mostra chamada “The Illusion of Motion” (A Ilusão do Movimento) tem o propósito o esclarecimento idéia de sucessão de imagens fixas que produzem a o movimento. Existe milhares de pinturas, desenhos, quadrinhos, fotografias, slides e filmes utilizados no processo de animação, incluindo a mais nova tecnologia em aparelhos fundamentais para produção de desenhos animados na atualidade.
Os equipamentos de gravação presentes no AMMI aparecem acompanhados de um televisor que mostra um vídeo explicativo sobre sua função e em que época foi utlizado pela indústria cinematográfica mundial, tal vídeo pode ser controlado pelo visitante. A primeira câmera filmadora utilizada no cinema profissional dos EUA está lá.
O museu tem também, em sua vasta coleção, artefatos de cada estágio da produção, promoção e exibição de filmes e programas televisivos, assim como uma excepcional coleção de aparelhos de TV, fotografias raras e jogos de computadores e vídeo games que incluem câmeras, modelos, vestimentas, fantasias, e cenários de antigas produções.
Atualmente uma exposição com os desenhos do cineasta Tim Burton (diretor de Peixe Grande) está ocorrendo no museu. Cerca de 27 desenhos e rascunhos de 12 filmes dirigidos por Tim Burton, entre eles, Batman, Eduardo Mãos de Tesoura e Peixe Grande estão presentes no local.
Na saída do prédio fica a loja do AMMI que contém diversos livros de fotografia, televisão e cinema, produção, direção e bibiogragfias, assim como máquinas fotográficas do tipo Lomographic, kits de desenho, de animação e centenas de outros artigos relacionados à imagem.
O Museu também oferece programas educacionais para escolas e professores, tours e exibições especiais para grupos.
Publicado em 11 de Junho no Imprensa Marrom.
por: Mary Jane
8:45 PM
Premiere Brazil!
O MoMA – Museum of Modern Art de Nova York exibe entre 23 e 29 de Junho, o Premiere Brazil!. Festival de cinema brasileiro que conta com 11 filmes – documentários e obras de ficção de diretores brasileiros da atualidade, assim como uma homenagem à obra de Anselmo Duarte, “O Pagador de Promessas”, de 1962.
Serão apresentados no teatro Film Forum, estréias mundiais como: “Filhas do Vento” - (Daughters of the Wind), de Joel Zito Araújo e “A Pessoa é para o que Nasce” - (Born to be Blin), de Roberto Berliner. Em “Filhas do Vento”, Araújo faz uso do maior elenco de atores negros já visto no Brasil para contar uma complexa história sobre a vida de mulheres entre as décadas de 60 e 70, segundo o diretor, é a tentativa de uma releitura da questão racial no Brasil. “Acho que estrear lá fora imprime um senso de qualidade ao filme,” diz Araújo. “A Pessoa é para o que Nasce” é um documentário sobre três irmãs cegas que vivem cantando nas ruas de Campina Grande (PB). Berliner acompanhou a vida das irmãs por 10 anos e mostra os altos de baixos, desde a realidade mundana até uma apresentação diante à uma platéria de mais de 3.000 pessoas, sendo apresentadas no palco por Gilberto Gil.
O Premiere Brazil! deste ano também conta com “Fala Tu” - (Lives of Rhyme), de Guilherme Coelho. Um documentário sobre a vida de três músicos amadores do Rio de Janeiro que vivem nas favelas da cidade, o que lhes dá inspiração para escreverem raps sobre suas estórias; “Glauber O Filme, Labirinto do Brasil” - (Glauber The Movie, Labyrinth of Brazil), de Silvio Tendler, conta a vida do diretor, jornalista e crítico Glauber Rocha, que morreu aos 42 anos e contribuiu fortemente para o cinema nacional brasileiro.
Entres os filmes exibidos estão os inéditos nos EUA: “O Prisioneiro da Grade de Ferro (auto-retratos)” - (The Prisoner of the Iron Bars [Self-Portraits]), de Paulo Sacramento sobre o sistema penitenciário brasileiro; “Narradores De Javé” - (The Story Tellers), dirigido por Eliane Caffé; "Onde Anda Você" - (Where Have You Been), de Sérgio Rezende e "Deus é Brasileiro" - (God is Brazilian), de Cacá Diegues.
Dois curta-metragens serão apresentados: “Um Caffé com Miécio” - (A Caffé with Miécio), de Carlos Adriano, com trilha sonora de Caetano Veloso e “Quimera”, dirigido por Eryk Rocha e Tunga.
O programação será completada pelo clássico “O Pagador de Promessas” - (The Given Word), de Anselmo Duarte, de 1962. Filme vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes.
O festival é organizado por Jytte Jensen, curadora do Departmento de Filme e Mídia do Museu de Arte Moderna de Nova York e Ilda Santiago, diretora do Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro. O festival conta também com a colaboração do Festival de Cinema Brasileiro de Miami.
O festival, que tomou lugar no Grammercy Teather no ano passado, ocorre este ano no Film Forum, um dos espaços temporários colocados à disposição do MoMA para exibição de filmes antes de sua reabertura, em 20 de Novembro.
MoMA Film Forum - 209 West Houston Street, NYC.
Post publicado originalmente no Imprensa Marrom em 24 de Junho de 2004
por: Mary Jane
8:43 PM
We have the ability and the responsability to change the world.
Foi com esta frase que Maddona justificou porque cantaria “Imagine”, de John Lennon. No telão, imagens de crianças atingidas por bombas, pessoas machucadas no Iraque, tropas e civis lutando, e isqueiros acesos por todo estádio do Madison Square Gardem. O Re-Invention Tour, show mais político de Madonna iniciou uma rodada de seis apresentações em Nova York ontem, 16 de Junho.
Em “American Life”, a quarta música a ser executada e ponto alto do show, modelos desfilam freiras, rabinos, árabes, e até uma moça com burka passeia pelo palco-passarela acoplado ao placo principal. Madonna e seus dançarinos vestidos como soldados simulam luta. Ao fundo, imagens da guerra são mostradas no telão principal, no canto direito do palco, uma cela/jaula com um dançarino se debatendo nas grades. A cantora terminou a música com todos fazendo sinal de paz e com uma montagem de George W. Bush e Sadan Hussein abraçados.
A repressão à América continua em “Express Yourself” - animações que representam soldados e guerra continuavam no telão ; “Hollywood” – um circo é montado, com um half the skate no meio do tablado; “Material Girl” – imagens da Times Square, Bolsa de Valores de NYC e um super-mercado.
A inspiração vinda da religião está presente em boa parte do show, cenas de Jesus cruscificado, do alfabeto Hebreu e a camiseta dizendo “Kabbalists Do It Better” – que os fãs responderam com um cartaz dizendo “Madonna Do It Better”.
O repertório do show contou ainda com Bedtime Story, Skin, Justify My Love,Die Another Day (versão tango), Like a Prayer, Papa Don't Preach, Into the Groove, Live to Tell, Vogue e Crazy for You (essa em versão acústica), e Music.
Ao contrário do que foi noticiado na abertura do tour em Los Angeles, em 25 de Maio, não houve NENHUMA cena de erotismo.O Show foi encerrado com a execussão de “Hollyday”.
Michael Moore na platéia
Minutos antes de o show começar o pessoal que estava de frente para o palco começou a gritar no maior alvoroço. Michael Moore estava se ajeitando na terceira fileira. Muitas pessoas aplaudiram muito.
No meio da apresentação Madonna expicou que tinha tido o prazer de assistir o filme Farenheit 9/11, obra de Moore, e que foi o filme no qual ela mais chorou em toda sua vida. “O filme de Moore prova que uma pessoa faz a diferença,” disse a cantora.
Ela elogiou o trabalho de Moore e convidou a todos para assistir o filme, que abre em circuito nacional americano na próxima sexta-feira, dia 25 de Junho, distibuído pela Lions Gate Films e IFC Films. Você pode conferir trailer do filme aqui.
Publicado no Imprensa Marrom originalmente em 17 de Junho de 2004.
por: Mary Jane
8:42 PM
terça-feira, junho 08, 2004
Nesta última segunda-feira, 23 de Maio, o presidente George W. Bush fez um discurso em que pediu mais “tempo, paciência, recursos e suporte para a transformação no Iraque”. A estratégia de ir em público neste momento não foi para responder às dúvidas referentes ao conflito que se estende por 14 meses no Oriente Médio e sim, para assegurar suporte para a sua campanha de reeleição. Não só o índice de apoio ao confronto no Iraque é o menor desde Março de 2003, como Bush enfrenta hoje a mais baixa aceitação por parte da população americana desde que assumiu o cargo.
Resultado da pesquisa feita pelo jornal Washington Post junto com a rede ABC NEWS.
Apesar do apelo, o presidente não respondeu a nenhuma das perguntas fundamentais em relacão ao conflito, tais como, qual será o custo total para os EUA nesta operação e até que data as tropas americanas permanecerão no Iraque, ou forneceu qualquer explicação para os acontecimentos violentos das últimas semanas – o assassinato do presidente do Conselho Governamental Iraquiano e o avião que matou dúzias de pessoas em um casamento na cidade de Makr al-Deeb.
O discurso não passou de uma afirmação da política de reconstrução do apoio público de Bush. Em relação à divulgação das fotos de tortura de prisioneiros iraquianos na prisão de Abu Ghraib o presidente norte-americano se retratou e anunciou os novos planos para o local.
“Sob o regime do ditator, prisões como Abu Ghraib eram símbolos de morte e tortura. Aquela mesma prisão se tornou símbolo de uma conduta desgraçada por parte de poucas tropas americanas que desonraram nosso país e negaram nossos valores. (...) Nós vamos demolir a prisão de Abu Ghraib como símbolo do novo começo do Iraque.” Afirmou o presidente no US Army War College, em Carlisle, PA.
Durante os 33 minutos do discurso, Bush não esclareceu detalhes a respeito de quem são as pessoas indicadas para tomar o poder no Iraque ou quais serão os novos passos da ocupação militar americana no país. O presidente chamou atenção para elementos de transição de governo, já conhecidos pela população anteriormente.
O discurso foi complementado pelo comunicado das Nações Unidas, divulgado também na segunda-feira. A proposta do Conselho de Segurança da ONU não divulgou detalhes da transição de governo no Iraque, que deverá acontecer em 20 de Junho, apenas que a operação será comandada pela força americana e seus aliados. Entretanto não foi informado qual será o poder que este novo governo terá na segurança do país.
“Temos um plano de cinco passos para ajudar o Iraque a atingir a democracia e a liberdade,” disse Bush. “Nós vamos passar a autoridade para um governante Iraquiano, ajudar a estabelecer a segurança, continuar a construir a insfraestrutura iraquiana, encorajar maior suporte internacional e agir para que uma eleição nacional seja promovida, afim de encaminhar futuros novos líderes apoiados pelo povo iraquiano.”
A intenção do presidente com o discurso foi desviar a atenção dos ataques violentos que continuam ocorrendo no Iraque e contextualizar a situação, chamando atenção para o tema “terrorismo”. “Esta seria uma bomba decisiva no coração do poder do terrorismo, uma vitória para a segurança da América e de um mundo mais civilizado,” disse Bush. “Nós perceveremos e derrotaremos este inimigo, transformando este chão em símbolo de liberdade.”
Assim, o discurso que deveria conquistar a opinião pública, pode ter efeito contrário. Todas as perguntas que ficaram sem respostas e explicações que deixaram de ser dadas podem ser artigo de críticas ao governo de Bush.
O candidato do partido democrata à presidência dos EUA, John Kerry, se pronunciou sobre o discurso de Bush dizendo que o presidente apenas repetiu pontos que já haviam sido divulgados pelo governo anteriormente. Kerry insistiu que o que Bush necessita neste momento é fazer alianças com os outros países, “assim os EUA não estariam sozinhos nestas tarefas. É o que as nossas tropas e o mundo precisam agora.”
***
Bush joga com a opinião pública, subestimando-a. Vai à Tv para repetir o que todos de seu governo já tinham dito, como um eco. Tapa os ouvidos para perguntas sérias, e acha que agindo desta forma, a população vai se aliar a ele. Felizmente hoje, mais de 50% do país enxerga que este homem não é um governante decente para seu país.
Texto originalmente publicado em 26 de Maio no site Imprensa Marrom
por: Mary Jane
6:06 PM
quarta-feira, maio 05, 2004
We don’t do body counts
Em época de Guerra, atos de brutalidade e selvajaria já são esperados de ambas as partes envolvidas na disputa. O que faz as fotos de tortura contra prisioneiros Iraquianos por parte do exército norte-americano serem diferentes é o contexto da história.
O governo construiu um campo de batalha fundado na cova da segurança nacional. O presidente, um novo-Cristão afirmou diversas vezes que estava sendo guiado pelas mãos do “Todo-Poderoso”, através da libertação do povo Iraquiano de um ditator brutal que fez da tortura a sua política de governo.
Quando um presidente proclama uma guerra "correta", constantemente usando palavras como “liberdade” e “justiça” e invocando o nome de Deus, ele corre um grande risco de perder a confiança de seu povo no caso de acontecer de uma invasão baseada numa visão forte e cheia de falhas nos planos. Este presidente afirmou que a democracia deveria ser implantada em qualquer lugar fácilmente, as coisas se tornaram um pouco mais difíceis do que se esperavam. As tropas americanas foram colocadas em um risco desnecessário.
Sob uma presidência mais verdadeira, as informações de torturados e abusados, teria tido menos impacto na estrutura da nação. Este escânda-lo, entretanto, assutou os EUA. A arrogância de Washington enfureceu as nações que um dia foram aliadas. As imagens das prisões são tão incoerentes com os discursos do presidente, tortura e "Todo-Poderoso" não andam de mãos dadas. Esta é a presidência dos EUA em seu processo de não-revelação, se tornando cada vez mais nua conforme perde suas roupas.
*** ***
A Tv dificulta conscientização nos EUA
Isso é para não citar a outra parte da história. A parte em que mostrar fotos ou imagens de prisioneiros americanos é crime. Proíbidíssimo. Mostrar fotos de soldados Iraqueianos é normal. Não cheguei ao ponto da tortura ainda.
Estas fotos de tortura chocam porque a imprensa é forçada a ensinar que "guerra" é só uma palvra de seis letras e não um campo de batalha com corpos por todos os lados. O Iraque é um país muito quente e não está destruído pelas tropas americanas. Como as pessoas podem ser tão inocentes ao ponto de se chocarem com as (poucas) fotos que foram mostradas? Como isso está sendo mostrado pela CBS, em um país onde censura é regra?
De tempos em tempos o que se nota é que, quando ocorre algum manifesto de distúrbio do público sobre qualquer coisa é apenas quando as pessoas se sentem imediatamente afetadas ou expostas pela mídia a imagens não desejadas. Foi isto que aconteceu em Onze-de-Setembro. Milhares de pessoas viram a destruição em primeira-mão, estas pessoas são lembradas todos os dias da catástrofe acontecida no céu de Nova York. Muitas perderam algúem da família ou algum conhecido. A mídia bombardeou o público com estas imagens por meses, incluindo cenas de pessoas se atirando para a morte do alto dos prédios em chamas.Assim todos vivem com o medo que quando e como será o próximo ataque.
Em contraste com Onze-de-Setembro está a morte de mais de 10.000 civies Iraquianos, este fato não tem atenção da mídia. Não se vê fotos.Muito mais pessoas morreram no Iraque até agora do que nas Torres-Gêmeas, este é um fato incontestável. Os números referentes ao Iraque estão na mídia apagados, sem ilustrações ao lados das matérias para poder comover a população. Desta forma a mídia controla as emoções das pessoas, sem nem ai mínimo ter que mentir.Você pode imaginar como seriam as imagens se o bombardeio ao Iraque tivesse recebido a mesma cobertura que os ataques ao World Trade Center?
Aparentemente os fatos sozinhos não são o suficiente por aqui.
por: Mary Jane
6:51 PM
Um Novo Começo
Eu acredito nas oportunidades. I’m a believer. Eu acredito em senso no crítico. Eu acredito nos princípios do jornalismo e na verdade. Eu não acredito em censura. Eu acredito no Rock’n’Roll. Eu acredito em “do it yourself”. Eu acredito que escrever sobre a imprensa dos EUA é o melhor que eu posso fazer para aproveitar o acesso à jornais e revistas americanos que me é dado. E é isto que eu vim fazer aqui no Imprensa Marrom. Às quintas-feiras.
***
A Guerra é Levada à Broadway
Esconde-esconde? A imprensa americana é capaz de fazer festa por causa dos seios da Janet Jackson, mas não é capaz de apontar uma inicitiva interessante. Dar espaço para idéias ou movimentos contra o governo? Nunca! Simpatizantes também não tem lugar.
Era mais de 1:30 da manhã e Tim Robbins estava sendo entrevistado pelo Carson Daly no programa da NBC Last Call. Ele falava de sua atual peça em cartaz com Actor’s Gang - companhia teatral que Robbins fundou em 1982 e já executou mais de 75 diferentes produções. Embedded fala da guerra do Iraque, da manipulação da verdade, do papel do jornalista e dos desafios e pressão pela qual os soldados passsam numa situação como a do Iraque.
O espetáculo foi escrito e dirigido pelo ator e estreou em Outubro de 2003 em Los Angeles e desde Março deste ano está sendo apresentado em Nova York, no Public Theater. Robbins que é conhecido por seu ativismo político, falava de toda a pesquisa que fez antes de escrever o roteiro, de como jornalistas podem se transformar em tremendos bundões e da falta de divulgação da peça pela mídia assim como as críticas negativas que recebeu.
De fato, nenhum dos seis maiores jornais diários do país - The New York Times, The Wall Street Journal, Washington Post, Los Angeles Times, NY Post e NY Daily News, nesta ordem - tinham dado destaque para Embedded.Notinhas tímidas foram distribuídas, assim como críticas violentas em cima do trabalho de Robbins.
Entretanto publicações independentes prometiam revelações chocantes a respeito de fatos que poucos sabem tais como congressitas planejando uma justificação para início da guerra de forma com que a opinião pública ficasse à favor do governo republicado ou jornalistas sendo censurados no Iraque pra que informações de operações sangrentas com perdas dos dois lados não vazassem. Grandes expectativas.
Em Cena
No teatro a garçonete simpática explicava detalhes da peça e opinava a respeito do governo Bush. “Afinal, algúém tem que fazer alguma coisa,” dizia ela. A supresa com todas as coisas que descobriu em relação à manipulaçãoo da imprensa, o jogo com a opinião pública saltavam aos olhos da senhora de quarenta e poucos anos. Este era o perfil do público.
O Public Theater não possui cortinas e antes que as luzes ascendessem ficou bem claro que quem não divide a mesma opinião deveria guardar isto para si, atos de prostesto não seriam bem vindos. Um voz alta ao fundo explica quais são as regras para permanecer dentro do teato durante os 90 minutos de espetáculo. Se você não gostar : “Fuck Off!”
Os Estados Unidos preparam-se para atacar Gomorra. Babilônia, a capital, é governada pelo ditador Novo Hitler, acusado pelos EUA de ter armas de destruição em massa. As empresas de comunicação enviam seus correspondentes, um grupo patéico de jornalistas que passam pela recruta do coronel Hardchannel - official duro que destribui as regras: o sangue não pode ser mostrado. Hardchannel explica, sobretudo, o que os correspondentes não podem fazer. Os estereótipos aparecem, do passivo ao rebelde, o grupo de jornalistas é de se fazer piada.
Os personagens alvo de maior sátira entretanto são os Cabala, grupo conservador que se reúne em Washington em adoração a Leo Strauss - influente filósofo americano dos anos 50 que recuperou a tese de mentiras nobres de Platão: a idéia de várias verdades, a sobrerania do filósofo-rei que trabalha para alienar as massas ignorantes sempre visando próprio benefício. De acordo com este príncipio o grupo prepara “verdades” que devem ser vendidas para a população afim de se manter a opinião pública à favor da invasão de Gomorra.
A Cabala é composta por caricaturas de figuras próximas ao Presidente Bush como Donald Rumsfeld Condoleezza Rice Richard Perle. Eles deixam claro não levar à sério o presidente iliterato, que nunca aparece. Um dos pontos de discussão é se atendem ou não ao seu pedido de uma “coroa imprerial” para se olhar no espelho. Concordam, que desde que o “chefe” não saia assim em público, seu brinquedo será concedido assim como um uniforme de aviador para ser utilizado em frente às câmeras. Esta passagem remete ao discurso feito por George W. Bush num porta aviões declarando o fim da fase militar da guerra.
Do outro lado do globo jornalistas-estereótipos – maquininhas de repetir acriticamente o que ouvem nas conferências se deparam com os os campos de batalha. Alguns retratos são reconhecíveis como Judith Miller, redatora amarga do New York Times, outros personagens se mostram verdadeiros, honestos, desafiando o coronel Hardchannel e se recusando a aceitar censuras.
Histórias comuns de soldados e a sua caracterização é benevolente. Um deles entra em pânico e mata por acidente uma família desarmada. Neste momento fica bem claro como Tim Robbins enxerga o papel do soldado americano no combate. Este official é mostrado como vítíma e não como assassino pois sofre com imagens da tragédia enquanto seus colegas dizem que ele tomou a atitude correta.
Outra associação marcante que foge do tom satírico, é a do médico árabe que trata a soldado Jen-Jen Ryan, capturada pelo Exército de Gomorra. O trocadilho do nome da soldado Ryan remete para o filme de Steven Spielberg, mas a referência é para a história real de Jessica Lynch, americana que foi ferida e detida no Iraque. Lynch foi resgatada por uma operação das forças especiais americanas. O seu salvamento foi inicialmente contado pelo Pentágono como ato heróico e desmentido mais tarde por Lynch em seu livro auto-biográfico.
Embedded vai estar em cena no Public Theater de Nova Yorque até o final de Maio depois parte para outras cidades americanas e Londres no final do ano.
Pobreza
O que vale é a intenção? Se sim, esta foi excelente, já o resultado... A idéia de fazer uma peça de teatro que mostre ao público que as informações recebidas nem sempre são as correstas, injustiças acontecem em um cenário de guerra é muito interessante, mas confesso que sai do teatro decepcionada. Nada de muito revelador ocorreu. Quem acompanha os jornais brasileiros já tinha aquele tipo de informação. Uma peça de teatro pode ter efeitos diferentes em povos distintos justamente por causa do tratamento que a imprensa dá à guerra. Americamos se chocam ou se entusiasmam com Embedded por causa da pobreza de informação que se vive por aqui.
por: Mary Jane
6:47 PM
quinta-feira, setembro 18, 2003
A melhor forma de derrotar George W. Bush em 2004
por: Mary Jane
12:03 PM
quinta-feira, setembro 04, 2003
Quando eu falo que liberdade é utopia.....
Minha amiga e editora Jo é foda. Ela foi cobrir a festa do Brasil (a famosa festa da Independência do Brasil de NY, que sempre tem um bafo!) no Domingo, dia 31 de Agosto e numa confusão que aconteceu com a imprensa, ela acabou sendo "expulsa"da festa assim como muitos outros jornalistas.
Ate a imprensa americana estava sendo barrada no local. O evento é marcado por desorganização, problemas com a polícia e artistas mais que "populares" se apreentando sempre para uma multidão que nunca cabe no local.
A Jo fez este texto fantástico, numa linguagem irônica, que tem muito a ver com o que ocorreu no local e com os envolvidos. Muita gente pode não entender do que se trata e não conhecer os nomes, mas são cidadãos da área de NY, portanto só quem mora aqui vai entender tudo.
Opinião: Só rindo para não chorar!
Enquanto o show rolava e o povo se divertia na festa da Independência
do Brasil em Nova York, nos bastidores…
Jocéli Meyer
O diretor da festa Dom Pedrilberto chamou a força armada neste ano para
cuidar da segurança da festa do Brasil em Manhattan. Ele recomendou:
“-Olha fofos, tem que ser assim: repórter usa modelito vermelhinho que é
mais bonitinho para desfilar e fotógrafo e cinegrafista pretinho para
passear non palco. Vip é azul”.
A imprensa pergunta: pode entrar no palco agora? - “Não, agora não.
Ah...agora pode. Agora não, agora pode...agora não, agora pode...”.
Dom baixinho sobe no palco, não ergue a espada, mas proclama:
Independência ou Morte? “Morteeeee! Acabem com o povinho chulo. Vip fica sem pão e
águanesse ano. Quero mais é que torrem no sol e desitratem!!!!”.
Mizó e Mizael se apresentam e depois vão se refrescar na área Vip. Mas
adupla não é Vip e não pode entrar.
- A imprensa pergunta: E aí Mizó, tá
gostando da festa? - Éh, nóis samo artista tamém. E você Mizael? - “Tá
tudo lindo e maravilhoso uai. Nóis aqui samo convidado né”.
Fecha a porteira da área Vip que o Geraldi vem aí. Geraldi busca
Geraldetes.
Entrou, correu e….upa lê lê. -“Eu saio fofo, mais ocê tem que prometê
que vai usa essa camisetinha do meu fã clube e ser minha Geraldete. Já
trouxe tudo em tamanho único que é só para mulherada”. Geraldi dá, canta sua
música “Bate que eu Gamo” e nem assim adianta. Leva um abacaxiiii, fón fón.
Eta trem bam esse coicinho…Mas essa éguinha pocotó é boa demais xente!
O brutamonte na área Vip dá sinal vermelho para quem desfila de
modelito vermelhinho. - “Out, Out”, late ele. Dom Pedrilberto chega: “E nada de
americano na área ou chamo o Sadanzinho!”. “Xô Fox TV, xô! Essa festa é
sóminha. Eu convido e desconvido quem eu quiser. Olha que eu gritooo!
Cadêmeus capanguinhas?”.
Os artistas globais chegaram. Ih...que fuzoê. A Adriana Lessa só é
Deusa mesmo no Clone. - “Nesse palco quem samba sou eu minha filha”, diz Dom
Pedrilberto. Adriana: “Ih...eu heim. Nessa festa eu não volto. - “ Vai,
vai procurar o seu Léozinho”.
Roberto Leal não foi convidado para festa, mas Dom Pedrilberto dança :
o bate o pé, bate o pé, bate o pé....Lá vem mais um segurança Macho Macho
men…. Uauuuu….Lindo, Lindo!!! Músculo até no cérebro, Uii. “Eu também
quero apito boss. Eu também quero sair no jornal. Ninguém vai tirar foto do
meu Dani. I have the power. Me are Brasileiro American. Ok, ok, então vamos
tirar a sua foto para o Brazilian Press. - Macho men diz: “I decided
você vai para fora agora because EU QUERO, I don’t care”. Opssss…fui para
fora.
Buáááá. Buá? Buá não, tô é livreeee. E vai rolar a festa, vai rolar,
canta Ivete Cantagalo…VIVA A INDEPENDÊNCIA! VIVA A LIBERDADE!
Publicado no Brazilian Press de 03 de Setembro de 2003.
up-to-date: Dom PEdrilberto mandou recolher todos os exemplares do BP que eram distribuídos na 46th St., depois de reclamar muito sobre o editorial.
por: Mary Jane
11:57 AM
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